O Político e o Poeta Hermano Filho

Por Wânia Pinheiro

“Safra” foi o primeiro trabalho publicado pelo poeta Hermano Filho em 1989. Um livro bem simples, mas rico em poemas que contemplam desde a passagem do ano até a velha carnaubeira que continua majestosa na beira do rio Iaco. Esse poeta-político vem insistindo em cultivar a cultura desde a pré-adolescência. Tem mais de oitenta poemas espalhados pelos estados brasileiros, tendo, inclusive, ganhado vários prêmios a nível nacional.

Hermano Filho é professor formado em Pedagogia e Educação Física pela Universidade Federal do Acre, e Pós-graduado em Psicopedagogia pela FIVG/MT, mas sempre esteve atuando na política, onde se tornou uma espécie de defensor dos desportistas. Não se fala em esporte em Sena Madureira sem lembrar-se do nome de Hermano Filho.

As características do pai deste poeta-político-professor não era de um homem afeito à cultura, no entanto, o poeta conta que foi a pessoa que mais lhe incentivou nos estudos. “Ele queria ter um filho formado e me deu todas as condições necessárias, inclusive, uma bicicleta para eu ir à escola”, lembra.

Hoje Hermano Filho cumpre seu terceiro mandato como vereador em Sena Madureira, e o seu partido o PSB integrante da Frente Popular, apresentará seu nome para o processo de discussão com relação à composição da chapa de vice-prefeito com Nilson Areal nas próximas eleições. Recentemente teve um projeto de sua autoria, que cria o PROCON, sancionado pelo atual prefeito e trabalha agora para criar a Guarda Municipal, além de uma gama de outros projetos de sua autoria que já foram colocados em prática.
Certamente, Hermano é um nome que será falado pelas futuras gerações de Sena Madureira. Por conta da responsabilidade em tudo que faz. Quer seja na área política, educacional, desportiva, cultural e outras, contribuindo sempre para o processo de consolidação histórica daquela terra.

O Rio Branco – O senhor cumpre o terceiro mandato de vereador em Sena Madureira. É verdade que nas próximas eleições vai tentar uma composição para disputar na chapa de Nilson Areal como vice-prefeito?

Hermano Filho – Em primeiro lugar, como um homem temente a Deus agradeço a Ele pelas bênçãos recebidas, em segundo lugar, sou grato ao povo de Sena Madureira pela confiança da escolha de ser seu representante no Parlamento Municipal, sendo eleito para três mandatos seguidos, inclusive sendo o mais votado nas eleições de 2004, e em resposta a tudo isso, procuro trabalhar incansavelmente para trazer benefícios para nossa comunidade, sendo, portanto, o porta voz dos anseios da sociedade junto a todas as instituições constituídas, quer na esfera municipal, estadual ou federal. Porém, depois de toda essa caminhada, tenho convicção que chegou a hora de fechar o ciclo na área de vereança, pois sigo um princípio bíblico do rei Salomão: “Feliz o homem que sabe a hora de começar, caminhar e parar em uma determinada situação”. Não tenho dúvida de que o nosso trabalho tem sido importante para o desenvolvimento da nossa centenária Sena Madureira. Com relação à questão vice, na futura composição da chapa do Prefeito Nilson Areal, posso afirmar com segurança, que sempre fiz farte da Frente Popular do Acre, e dentro do possível ajudando no desenvolvimento desse projeto tão importante e fundamental para o nosso Estado, desde a eleição do Governador Jorge Viana. O meu partido o PSB já deliberou na esfera municipal que o nosso nome será apresentado dentro do processo de discussão acerca da questão vice com os demais partidos (PT – PMN – PP – PC do B e outros) da Frente Popular, portanto, vamos aguardar o resultado, de nossa parte sempre a com a consciência de contribuirmos onde for possível, porque acima dos interesses pessoais, devem prevalecer os interesses da coletividade.

O Rio Branco – Recentemente foi aprovado um projeto que cria o PROCON e outros cargos na Prefeitura de Sena Madureira. Foi muito difícil aprovar essas leis?

Hermano Filho – Não, pois são dois projetos importantes para a comunidade senamadureirense, com relação ao do PROCON, trabalhamos por mais de três anos com ajuda incondicional do Prefeito Nilson Areal e da Drª. Francismeire - Coordenadora do PROCON Estadual, além dos demais Vereadores de Sena e outros segmentos da sociedade, lembrando que no início a Drª. Silvana Maués não mediu esforços para que os primeiros procedimentos fossem efetivados.
Com relação ao projeto que Reorganiza a Estrutura Administrativa da Prefeitura Municipal, podemos ressaltar que o Prefeito Nilson Areal e toda sua equipe, desde que assumiu, tem tido muita sensibilidade e utilizado o diálogo como ferramenta para resolver os problemas existentes, foi assim no maior gargalo dos servidores públicos municipais, eles não tinham um Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), e em agosto de 2005 isso foi resolvido, foi feito a correção das distorções e perdas salariais acumuladas ao longo dos anos, fui o relator da referida matéria e constatamos que o menor reajuste em relação a todas as categorias, ficou em torno de 53% e teve categoria que a revisão chegou até a 109%; em 2007, depois de uma ampla discussão com os sindicatos foi feita a correção do PCCR que ficou em 7%; esse ano ainda será feita a revisão das gratificações dos Gestores Municipais; em 2008 será concedido automaticamente 10% referente à mudança de letra e mais o que for acordado referente à nova revisão do PCCR, portanto, o que o Prefeito Nilson Areal tem feito é melhorar a condição e qualidade de vida de todos os servidores da municipalidade; agora de forma específica no que diz respeito ao Projeto de Lei nº. 15 que criou os cargos de Secretário Adjunto para as Secretarias de Educação, Saúde e Cidadania – Referência G-5.a - com remuneração de R$ - 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais); e a Gerência do Bolsa Família – Referência FG-1 - com remuneração de R$-500,00 (quinhentos reais); Gerência de Elaboração e Acompanhamento de Projetos – Referência G5 - com remuneração de R$ - 1.500 (hum mil e quinhentos reais); Gerência de Arquivo de Documentos Histórico-Culturais – Referência G3 com remuneração de R$-980,00 (novecentos e oitenta reais); e PROCON – Referência G5.a com remuneração de R$-2.500,00 (dois mil e quinhentos reais); além de alterar a referência do cargo de Assessor Técnico do Gabinete do Prefeito de G2 para G3; a referência do cargo de Assessor de Imprensa de G2 para G5, bem como alterar a remuneração dos cargos de referência FG-2 de R$-625,000 (seiscentos e vinte e cinco reais) para R$-800,00 (oitocentos reais); portanto, podemos observar que são cargos necessários em áreas importantes para que a administração municipal tenha mais celeridade e resolutividade nas demandas atinentes a comunidade; sendo assim, na defesa que fizemos durante a Sessão, provamos que o Projeto implica num aumento de apenas 2.12% na folha de pagamento e não prejudica ninguém e nem coloca em risco financeiro a administração, pois nos últimos anos, houve um aumento substancial no processo de arrecadação, fato que de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, garante ao administrador fazer a despesa, desde que não ultrapasse o limite prudencial nos gastos com pessoal estabelecido na mesma, tirada as dúvidas, o Projeto foi aprovado por 5 votos a 3, e toda a movimentação realizada junto a comunidade pelo nobre Vereador Célio Teixeira e outras pessoas adversárias políticas do Prefeito, não passou de barulho político, haja vista que o mesmo é praticamente desprovido de conteúdo político que beneficie a nossa comunidade.

O Rio Branco – Mas alguns vereadores acharam pouca essa percentagem...

Hermano Filho – É porque não prestaram atenção que no PCCR, conforme expliquei na pergunta anterior, a menor correção das distorções salariais advindas dos últimos 20 anos foi de 53%, e com a revisão de 7% já se chega a 60% em dois anos e dez meses da administração Sena Para Todos, isso, para quem menos pegou reajuste. Devo lembrar ainda que o Prefeito Nilson Areal também já fez a correção das remunerações de todos os Secretários Municipais, da Vice-Prefeita e do Prefeito; com um detalhe especial, quem apresentou o referido Projeto foi o Vereador Célio Teixeira que era alinhado com a administração municipal, agora, depois que desentendeu-se com o Prefeito, fica fazendo barulho tentando confundir a opinião pública.

O Rio Branco – Havia necessidade de se criar outros cargos na prefeitura, além do PROCON?

Hermano Filho – Com certeza, aliás, o Prefeito Nilson já tinha que ter feito há mais tempo, pois, no dia-a-dia, sentíamos essa necessidade, principalmente em relação às Secretarias de Educação, Saúde e Cidadania, onde a demanda de problemas são enormes. Com relação às Gerências, elas estão surgindo de acordo com a necessidade contextual, como é o caso do PROCON, Bolsa Família, Elaboração e Acompanhamento de Projetos, e de Arquivo de Documentos Histórico-culturais.

O Rio Branco - E as outras alterações salariais em funções de confiança?

Hermano Filho – São dois casos específicos: o de Assessor Técnico do Gabinete do Prefeito que passa de Referência G-2 – R$-700,00 (setecentos reais) para G-3 – R$-980,00(novecentos e oitenta reais) com um aumento de R$-180,00, obviamente sem nenhum trauma. O grande questionamento, entre aspas, de alguns vereadores é com relação ao cargo de Assessor de Impressa que passa da Referência G-2 – R$-700,00 (setecentos reais) para G-5 – R$-1.500,00 (hum mil e quinhentos reais) com um aumento de R$-800,00. Devo ressaltar que esse cargo nunca foi ocupado e a administração precisa de uma pessoa qualificada para fazer o trabalho de publicidade das suas ações, portanto precisa pagar razoavelmente bem, tendo em vista a demanda atinente ao mesmo. Com relação à mudança da remuneração do cargo de referência FG-2 de R$-625,00 (seiscentos e vinte e cinco reais) para R$-800,00 (oitocentos reais), visa atender uma situação interna de seis servidores que ocupam funções estratégicas na administração e que recebiam muito pouco, quando comparamos com outras funções, sendo a diferença de apenas R$-175,00 (cento e setenta e cinco reais) num total de R$-1.050,00 (hum mil e cinqüenta reais) mês.

O Rio Branco – Quanto à prefeitura vai gastar com a criação desses cargos?

Hermano Filho - O nobre vereador Célio Teixeira disse que o referido Projeto seria um transtorno, uma calamidade, que iria prejudicar os servidores públicos municipais. Fizemos um estudo da situação e constatamos que os gastos relativos a esse processo de reorganização administrativa vão importar em R$-15.110,00 (quinze mil cento e dez reais) mês, sem os encargos sociais, gerando um impacto na folha de pagamento de apenas 2.12%. Aproveito a oportunidade para ressaltar que o Prefeito Nilson Areal iniciou a Administração Sena Para Todos com uma folha de pagamento de pessoal (mês) da ordem de R$-380.919,25 (trezentos e oitenta mil, novecentos e dezenove reais e vinte e cinco centavos), quando implantou o PCCR dos servidores públicos municipais, a folha de pagamento de pessoal (mês) passou para R$-515.051,40 (quinhentos e quinze mil, cinqüenta e um reais e quarenta centavos), depois, com as várias mudanças ocorridas na vida funcional dos servidores, a folha saltou para R$-628.308,66 (seiscentos e vinte oito mil, trezentos e oito reais e sessenta e seis centavos), e com a última revisão de 7%, a referida folha foi para R$-710.715,29 (setecentos e dez mil, setecentos e quinze reais e vinte e nove centavos), fechando com uma diferença positiva desde quando assumiu até agora em benefício dos servidores públicos municipais da ordem de R$-329.796,04 (trezentos e vinte e nove mil, setecentos e noventa e seis reais e quatro centavos), portanto, esse é o quadro real da administração do Prefeito Nilson Areal, em relação ao capital humano da Prefeitura de Sena Madureira.


O Rio Branco – E a guarda municipal, o senhor acredita que também terá o apoio do prefeito Nilson Areal, assim como teve o PROCON?

Hermano Filho - Sena Madureira tem se desenvolvido muito nos últimos anos e o patrimônio público municipal, de uma maneira geral, está exposto a todos os tipos de situações negativas advindas dos que estão no mundo da criminalidade, são pessoas que não querem o bem da cidade, apresentam um comportamento de destruição, não escapa nada, vão às praças e quebram os bancos, as quadras, as luminárias; nas ruas e avenidas é a mesma coisa, depredam os prédios públicos, enfim, tudo que faz parte patrimônio público. Por conta de tudo isso, tenho lutado na tentativa de convencer os administradores do município, desde a Toinha Vieira até o Nilson Areal, da necessidade de se criar uma Guarda Municipal. A constituição federal garante a criação da mesma; e entendo que uma Guarda Municipal, bem organizada, bem treinada com todos os dispositivos legais vai com certeza garantir à proteção dos bens, serviços e instalações do nosso município, e melhor: o dinheiro que se gasta para recuperar as coisas que são danificadas, poderá ser investido para pagar os salários dos integrantes da referida guarda, que por sua vez prestarão serviços relevantes a comunidade cuidando e protegendo o patrimônio público, garantindo ainda, o sustento de suas famílias. Aguardo com esperança que o Prefeito Nilson Areal tenha a sensibilidade necessária para garantir a criação da primeira guarda municipal do Acre.

O Rio Branco – E o Hermano poeta, intelectual o que anda fazendo?

Hermano Filho – Sempre estive envolvido em todas as atividades culturais do município, peças teatrais, festivais de músicas, poesias, danças, dentre outras ações e tenho observado toda a riqueza cultural dos talentos de Sena Madureira, mas, faltava um espaço adequado para os mesmos. Por conta disso, pedi ao Senador Tião Viana, ao Prefeito Nilson Areal que conseguissem recursos para a construção de uma Concha Acústica no município, graças a Deus o Projeto deu certo e hoje temos um espaço maravilhoso para as nossas atividades culturais. Nos últimos anos tive muitos poemas publicados na Revista Brasília/DF e na Revista Mocidade da Casa Publicadora Brasileira de São Paulo, além de ser classificado em vários concursos nacionais realizados pelas Editoras Shogun Arte (esta pertencente à senhora Cristina Oiticica – esposa do escritor Paulo Coelho), e Crisalis Editora, onde fui incluído em catorze antologias, além de dezenas de trabalhos publicados nos jornais locais (onde sou muito grato a jornalista Wânia Pinheiro, por ter sido uma das primeiras pessoas a acreditar no meu trabalho ao fazer o registro do mesmo nos diversos jornais em que tinha acesso), e por último estou preparando o próximo livro que terá como título Caminhando... (serão 50 poemas entre antigos e novos), estou aguardando apenas fechar com os patrocinadores.

O Rio Branco – Não temos visto muitas pessoas criando poesias em Sena Madureira, como na década de 80. O que houve?

Hermano Filho– Falta um trabalho organizacional para que as coisas possam acontecer, tenho alertado sobre a importância de se elaborar um calendário de atividades culturais, que seja de forma permanente e que tenha algum tipo de atrativo, para podermos incentivar as pessoas a produzirem mais na área cultural.